
# 55 Podcast 
Valéria Cristini
Estamos em um planeta onde temos a chance de corrigir nossos erros
e melhorar nossas interações com os que estão ao nosso redor,
seja na família, no trabalho, etc.
Esta é uma oportunidade significativa para evoluir,
embora desafios ainda persistam.
O “como” e o “porque”, temas dessa Palestra,
precisamos ouvir e sentir fora e dentro de nós. 
É o que move a Palestrante Valéria,
em uma curta hora de palestra,
que pode ser vivida de uma só vez ou aos poucos,
lendo, na página funcional dela, os conteúdos tratados. 
Bom proveito e bom estudo aos que se habilitarem!
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o Diálogo
Diferença entre Alma e Espírito
Valéria Cristini

a Efeméride de Abril:
Comemóra-se a Publicação de "o Livro dos Espíritos", no dia 18 de abril (1857)
(Efeméride significa um acontecimento importante que ocorreu em uma determinada data, ou a comemoração desse acontecimento. 
 
Isso quer dizer que passa a constituir-se elemento de formação de uma Tradição crescente em um Grupo. 
Pode representar valores importantes, que reformarão grupos da Humanidade. 
Se a tradição vir de origem natural, ela servirá de base para esta reconstrução. 
 
Nota:
um povo que perde suas Tradições (mesmo que ainda imperfeitas),
fenece!)
Veja mais, caso interesse-se pela formação inicial do Espiritismo, na Wikipedia, que mostra a colaboração essencial e pura de médiuns muito jovens, que trabalharam atiavamente na criação do Espiritismo.
Nota do Tradutor de O Livro dos Espíritos, José Herculano Pires - página 08. (baixe o livro em PDF, se desejar)
Introdução ao Livro dos Espíritos
Com este livro, a 18 de abril de 1857, raiou para o mundo a era espírita. Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador, do Paracleto ou Espírito da Verdade. Dizer isso equivale a afirmar que "O Livro dos Espíritos" é o código de uma nova fase da evolução humana. E é exatamente essa a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente.
Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da Doutrina Espírita. Ele é a pedra fundamental do Espiritismo, o seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo. Antes deste livro não havia Espiritismo, e nem mesmo esta palavra existia. Falava-se em Espiritualismo e Neo-Espiritualismo, de maneira geral, vaga e nebulosa. Os fatos espíritas, que sempre existiram, eram interpretados das mais diversas maneiras. Mas, depois que Allan Kardec o lançou à publicidade, "contendo os princípios da Doutrina Espírita", uma nova luz brilhou nos   horizontes mentais do mundo. 
 
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(página 11)
O livro começa pela metafísica, passando depois à cosmologia, à psicologia, aos problemas propriamente espíritas da origem e natureza do espírito e suas ligações com o corpo, bem como aos da vida após a morte, para chegar, com as leis morais, à sociologia e à ética, e concluir, no Livro IV, com as considerações de ordem teológica sobre as penas e gozos futuros e a intervenção de Deus na vida humana. Todo um vasto sistema, sem as exigências opressoras ou os prejuízos do espírito de sistema, numa estrutura livre e dinâmica, em que os problemas são postos em debate.
 
O Livro dos Espíritos - Introdução ao estudo da doutrina espírita - página 18 da tradução de Herculano Pires (baixe o Livro em PDF, acima)
I - Espiritismo e Espiritualismo
Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocábulos. As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm uma significação bem definida; dar-lhes outra, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar as causas já tão numerosas de anfibologia.
Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo; quem quer que acredite haver em si mesmo alguma coisa além da matéria é espiritualista; mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. 
Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo empregaremos, para designar esta última crença, as palavras espírita e espiritismo, nas quais a forma lembra a origem e o sentido radical e que por isso mesmo têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando para espiritualismo a sua significação própria. 
Diremos, portanto, que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se o quiserem, os espiritistas.
Como especialidade o Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual representa uma das fases. Essa a razão porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista. 
O Livro dos Espíritos - Parte primeira — Das causas primárias - Capítulo I — De Deus - Deus e o infinito (veja na Kardecpedia)
Deus e o infinito
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”
2. Que se deve entender por infinito?
“O que não tem começo nem fim; o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito.”
3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
“Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir o que está acima de sua inteligência.”
 
Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não é conhecida por uma outra que não o é mais do que a primeira.
 
O Livro dos Espíritos - Parte primeira — Das causas primárias - Capítulo I — De Deus - Atributos da divindade (veja na Kardecpedia)
Atributos da divindade
10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
“Não; falta-lhe para isso um sentido.”
11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
“Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.”
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.
12. Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar ideia de algumas de suas perfeições?
“De algumas, sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento.”
13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.”
Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o universo nenhuma estabilidade teriam.
É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do universo.
É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.
O Livro dos Espíritos - Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Capítulo I — Dos Espíritos - Origem e natureza dos Espíritos - 76 (se desejar, veja na Kardecpedia)
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o universo, fora o mundo material.”
 
NOTA: A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente universal.
O Livro dos Espíritos - Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Capítulo I — Dos Espíritos - Mundo normal primitivo (se desejar, veja na Kardecpedia)
Mundo normal primitivo
84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora aquele que vemos?
“Sim, o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.”
85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?
“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”
86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?
“Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.”
87. Ocupam os Espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço?
“Estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Vós os tendes de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte, pois há regiões interditas aos menos adiantados.”
O Livro dos Espíritos - Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Capitulo II — Da encarnação dos Espíritos (se desejar, veja na Kardecpedia)
Capitulo II — Da encarnação dos Espíritos
Objetivo da encarnação
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é expiação; para outros, missão.
Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal:
nisso é que está a expiação. 
 
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus.
É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na natureza.
133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que desde o princípio seguiram o caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
a) – Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Ademais, as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.” 
O Livro dos Espíritos - Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Capítulo IV — Da pluralidade das existências - Justiça da reencarnação - 171 (se desejar, veja na Kardecpedia)
171. Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.
O homem que tem consciência da sua inferioridade haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganhado uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.
O Livro dos Espíritos - Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Capítulo IV — Da pluralidade das existências - Encarnação nos diferentes mundos (se desejar, veja na Kardecpedia)
Encarnação nos diferentes mundos
172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”
173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior.”
a) – Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente.”
b) – Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”
174. Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.”
175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro lugar.”
a) – Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.”
176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aqui tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro.”
a) – Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento.”
b) – Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?
“Nenhuma utilidade teria isso.”
177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.”
a) – Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.”