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# 74 Podcast 
Sueli Machado

Um vazio existencial tem se alastrado em um mundo onde o trabalho vem perdendo seu valor. A ausência de ocupação e de sentido existencial cresce com o desemprego.

 

Este tema é abordado pela palestra que se sustenta em dois pilares principais: a lei do trabalho e o capítulo sobre trabalho no livro "O Profeta".

 

 A releitura individual complementa e amplia a compreensão do assunto.

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Tema, Data e Palestrante

Prece

Palestra

o Trabalho rege o Universo

Lei do trabalho

a Moral e a Ética

O Profeta

Sueli Machado

O Livro dos Espíritos - Parte terceira — Das leis morais - Capítulo III — 2. Lei do trabalho (se desejar, veja na Kardecpedia)

Capítulo III — 2. Lei do trabalho

Necessidade do trabalho

 

674. A necessidade do trabalho é lei da natureza?

“O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”
 

675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?

“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”

676. Por que o trabalho se impõe ao homem?

“Por ser uma consequência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao que é muito fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, para suprir essa limitação; mas é sempre um trabalho.”
 

677. Por que provê a natureza, por si mesma, a todas as necessidades dos animais? 

“Tudo na natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, bem como sua inteligência, se limita ao cuidado da própria conservação. Daí vem que do trabalho não lhes resulta progresso, ao passo que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade, e o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais se limita ao cuidado da própria conservação, refiro-me ao objetivo com que trabalham. Entretanto, provendo às suas necessidades materiais, eles se constituem, inconscientemente, executores dos desígnios do Criador e, assim, o trabalho que executam também concorre para a realização do objetivo final da natureza, se bem quase nunca lhe descubrais o resultado imediato.”
 

678. Nos mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar?

“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”

​

679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?

“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.”

​

680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer que seja e cuja existência é, portanto, inútil?

“Deus é justo; só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” (643.)

 

681. A lei da natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?

“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.” (205.)


Limite do trabalho 
Repouso


682. Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da natureza?

“Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.”

 

683. Qual o limite do trabalho?

“O das forças; quanto ao resto, Deus deixa livre o homem.”

 

684. Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho?

“Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” (273.)

 

685. Tem o homem o direito de repousar na velhice?

“Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.”

 

a) Mas que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?

“O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.”

​

Nota de Kardec:
 

Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece.

 

Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria.

 

A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo.
Mas esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa
o trabalhador de ter que viver.

 

Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral.

 

Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem?

 

Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis.

 

A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.

Gibran Khalil Gibran, também conhecido como Khalil Gibran (em inglês, referido como Kahlil Gibran) foi um ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor, de origem libanesa, também considerado um filósofo, embora ele mesmo tenha rejeitado esse título, e alguns tendo-lhe descrito como liberal. Seus livros e escritos, de simples beleza e espiritualidade, são reconhecidos e admirados para além do mundo árabe. 

​

Teve uma vida breve (viveu apenas 48 anos). Produziu obra literária acentuada e artisticamente marcada pelo misticismo oriental. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. 

Por uma exposição de pintura (1094) conheceu Mary Haskell, que se tornaria sua editora e motivadora verdadeira, por amor... Leia sobre ele na Wikipedia.

​

O Livro "O Profeta", de Khalil Gibran.
Com Marcadores para todos os capítulos.
Clique ao lado:


 

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Trascrevemos "O Profeta", no capítulo usado na Palestra, para uma leitura direta e individual:​​

​Sobre o Trabalho

​

Depois um operário disse-lhe, fala-nos do Trabalho.
E ele respondeu, dizendo:

 

Vós trabalhais para poder manter a paz com a terra e a alma da terra.
 

Pois ser ocioso é tornar-se estranho às estações e ficar afastado da procissão da vida que marcha majestosamente e com orgulhosa submissão em direcção ao infinito.

 

Quando trabalhais sois uma flauta através da qual o sussurro das horas se transforma em música.

 

Qual de vós quereria ser uma cana muda e silenciosa, quando tudo o resto canta em uníssono?

 

Sempre vos disseram que o trabalho é uma maldição e o labor um infortúnio.

 

Mas eu digo-vos que quando trabalhais estais a preencher um dos sonhos mais importantes da terra, que vos foi destinado quando esse sonho nasceu, e quando vos ligais ao trabalho estais verdadeiramente a amar a vida, e amar a vida através do trabalho é ter intimidade com o segredo mais secreto da vida.

 

Mas se na dor chamais ao nascimento uma provação e à manutenção da carne uma maldição gravada na vossa fronte, então digo-vos que nada, excepto o suor na vossa fronte, apagará aquilo que está escrito.

 

Também vos foi dito que a vida é escuridão, e no vosso cansaço fazeis-vos eco de tudo o que os cansados vos disseram. 

 

E eu digo que a vida é mesmo escuridão excepto quando existe necessidade,

 

E toda a necessidade é cega excepto quando existe sabedoria.

 

E toda a sabedoria é vã excepto quando existe trabalho,

 

E todo o trabalho é vazio excepto se houver amor;

 

E quando trabalhais com amor estais a ligar-vos a vós mesmos, e uns aos outros, e a Deus.

 

E o que é trabalhar com amor?

 

É tecer o pano com fios arrancados do vosso coração, como se os vossos bem amados fossem usar esse pano.

 

É construir uma casa com afecto, como se os vossos bem amados fossem viver nessa casa.

 

É semear sementes com ternura e fazer a colheita com alegria, como se os vossos bem amados fossem comer a fruta.

 

É dar a todas as coisas um sopro do vosso espírito, e saber que todos os abençoados defuntos estão à vossa volta a observar-vos.

 

Muitas vezes vos ouvi dizer, como se estivesseis a falar durante o sono, "Aquele que trabalha o mármore e encontra na pedra a forma da sua própria alma é mais nobre do que aquele que trabalha a terra.

 

E aquele que agarra o arco-íris para o colocar numa tela à semelhança do homem, é mais do que aquele que faz as sandálias para os nossos pés."

 

Mas eu digo, não no sono, mas no despertar, que o vento não fala mais documente com o carvalho gigante do que que com a mais ínfima erva;

 

E é grande aquele que, sozinho, transforma a voz do vento numa canção tornada doce pelo seu amor.

 

O trabalho é o amor tornado visível.

 

E se não sabeis trabalhar com amor mas com desagrado, é melhor deixardes o trabalho e sentar-vos à porta do templo a pedir esmola àqueles que trabalham com alegria. 

 

Pois se fizerdes o pão com indiferença, estareis a fazer um pão tão amargo que só saciará metade da fome.

 

E se esmagardes as uvas de má vontade, essa má vontade contaminará o vinho com veneno.

 

E se cantardes como anjos mas não apreciardes os cânticos, estareis a ensurdecedor os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite. â€‹

​Sobre o Amor do Poeta - a relação com Mary Haskell

Mary Haskell pintada por Gibran

Clique na pintura para ler as Cartas de Amor de Gibran Kahlil Gibran. A correspondência (1908/1924) mantida entre Kahlil  Gibran e Mary Haskell. Tradução de Paulo Coelho.

Em vez de narrarmos a estória desse diferente amor, vamor deixar por conta da Lúcia Helena Galvão, de Nova Acrópole (uma organização internacional sem fins lucrativos que promove valores permanentes e visa a evolução individual e coletiva através da filosofia, cultura e voluntariado).

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